Há 62 anos, Paraná vivia uma de suas piores tragédias no meio rural
Uma das maiores tragédias naturais registradas no Paraná completa 62 anos em 2025. Nesta mesma época do ano, entre agosto e setembro, o Estado ardia em chamas por conta dos incêndios florestais. O saldo foi 110 mortos e pelo menos 10% do território estadual consumido pelo fogo.
O sinistro ocorreu pela combinação de fatores como baixas temperaturas e estiagem prolongada. A vegetação rural seca predominava como consequência das geadas registradas naquele ano. E não muito diferente do que ocorre hoje, os agricultores passaram a promover pequenas queimadas para limpar os terrenos. Entretanto, os ventos fortes propagaram as queimadas e resultando em um desastre natural sem precedentes.
De acordo com levantamento apresentado pelo Governo do Paraná naquela ocasião, 128 cidades das regiões Norte. Central e dos Campos Gerais foram afetadas, provocando a destruição de dois milhões de hectares durante dois meses. "Foram 20 mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos e matas secundárias", relata o pesquisador Antônio Carlos Batista, professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.
Ao todo, 8 mil imóveis, entre casas, galpões e silos ficaram reduzidos a cinzas. Os incêndios deixaram 5,7 mil famílias desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos também foram atingidos.
Em 14 de agosto de 1963, foram noticiados os primeiros focos de incêndios em Guaravera, Paiquerê e Tamarana, que eram distritos de Londrina. As chamas se estenderam a Sengés e Jaguariaíva, o que provocou a perda de pelo menos 15 milhões de araucárias.
Nesse sentido, a APEPA (Associação Paranaense de Empresas de Planejamento Agropecuária), faz um alerta aos produtores rurais para que redobrem os cuidados nesse período. Como forma de prevenção, é recomendado que a população evite qualquer uso de fogo em dias de vento forte, geada ou estiagem prolongada. Quanto mais tempo sem chuva, maior é a chance de o fogo se espalhar. Em caso de focos de incêndio avistados, recomenda-se a comunicação imediata com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Denúncias de queimadas irregulares podem ser feitas de forma anônima por meio do telefone 181 ou pelo aplicativo 190 PR. Outras recomendações são: Crie aceiros em áreas rurais – Aceiros são faixas livres de vegetação ao redor de plantações e pastos. Eles funcionam como barreiras naturais contra o avanço do fogo.
(Vandré Dubiela / Comunicação APEPA)
Palavras-chave: 2026-08-27 14:41:00